Em forte queda neste ano, as exportações brasileiras de carne bovina vão se recuperar em 2016, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Conforme o órgão, os frigoríficos brasileiros exportarão 1,790 milhão de toneladas no próximo ano, aumento de 10,1% ante o total de 1,625 milhão toneladas estimado para este ano. O Brasil é o maior exportador global de carne bovina, à frente dos EUA e da Austrália.
Em relatório preparado pelo especialista em agricultura do USDA, João Silva, o órgão avalia que a desvalorização do real e o aumento da demanda dos países da Ásia determinarão a recuperação das exportações em 2016, mas ainda em patamar inferior aos embarques totais do ano passado, de 1,909 milhão de toneladas, de acordo com o USDA.
Segundo o órgão , os exportadores brasileiros estão “otimistas” com a demanda da China no próximo ano. A expectativa é que mais nove frigoríficos brasileiros sejam autorizados a exportar ao país asiático. A reabertura do mercado de carne bovina da China, que embargou a carne brasileira em 2012, foi anunciada neste ano.
Um dos mais importantes clientes dos frigoríficos brasileiros, a Rússia ainda será motivo de preocupação em 2016, conforme fontes de comércio exterior consultadas pelo USDA. A Rússia vem sofrendo com a desvalorização do rublo e queda dos preços do petróleo, importante fonte de receita do país. No entanto, diante do menor estoque de carne bovina na Rússia, a expectativa é que o país se mantenha como grande importador de carne bovina do Brasil no próximo ano, mas em patamares menores do que os usuais.
Para o mercado interno, as perspectivas do USDA seguem negativas por conta da recessão da economia brasileira. Pelas projeções do órgão, o consumo doméstico de carne bovina ficará “estagnado” em 2016, com leve recuperação de 0,25%, totalizando 7,880 milhões de toneladas. O consumo doméstico do produto neste ano está estimado pelo USDA em 7,860 milhões de toneladas, queda de 0,46% ante as 7,905 milhões de toneladas de 2014.
Para 2016, o USDA também projeta ligeira recuperação dos abates de bovinos no Brasil, que neste ano vêm registrando forte queda por conta da menor oferta de gado e da fraca demanda externa e interna. Uma maior recuperação dos abates, porém, só virá em 2017.
De acordo com as projeções do órgão, os abates de bovinos atingirão 38,7 milhões de cabeças em 2016, incremento de 0,8% na comparação com as 38,365 milhões de cabeças projetadas para 2015. No ano passado, os abates somaram 40,385 milhões de cabeças.