Cruzado com raças europeias e também com zebuínas, a raça apresenta resultados muito interessantes para a pecuária brasileira
No final de todo o trabalho árduo do criador, o que realmente importa é entregar uma carne de qualidade. Afinal, é isso que vai trazer satisfação para todas as pontas da cadeia produtiva, do pecuarista até o consumidor.
Pensando nisso, muitos açougues premium na cidade de São Paulo e em todo o Brasil se preocupam em comprar carne de raças específicas para entregar ao comprador final uma mercadoria de excelência. E uma das raças mais vendidas nesses lugares é justamente a Bonsmara.
Desenvolvida pelo geneticista Jan Bosma, na região de Mara, na África, o gado chegou ao Brasil só em 1997. Apesar das dificuldades de importação da raça, o pecuarista brasileiro foi persistente e conseguiu transformar o bonsmara em um boi difundido por todo o país e referência quando o assunto é carne de qualidade.
Com foco nesta raça, o Giro do Boi exibiu mais um episódio do especial Raças Bovinas. A série avalia os pontos positivos e negativos de cada raça, além de fazer um balanço dentro do mercado pecuário.
Nesta quinta, 22, o Presidente da Associação Brasileira do Bonsmara, Rubens Forbes Alves de Lima, veio ao programa para conversar sobre essa linhagem relativamente recente no Brasil, mas que já conquistou pecuaristas e consumidores pelos quatro cantos do país.
Segundo Lima, as dificuldades de importação da raça por conta da proibição de transferência por sêmen ou do próprio animal não barraram o interesse do pecuarista brasileiro. A vinda do bonsmara para o Brasil foi feita por inseminação do embrião em vacas já em solo brasileiro e foi graças a esse empenho que hoje a raça apresenta resultados tão positivos para os produtores.
– A qualidade da sua carne é tão boa que algumas entidades e técnicos já o apelidaram de “o taurino dos trópicos”. O resultado econômico e a satisfação do cliente comprovam que é possível produzir uma carne excelente a um preço competitivo – afirma Lima.
Também presente no programa desta quinta, a pecuarista e selecionadora da raça Clélia Pacheco explica que o bonsmara produz uma carne excelente e tem performance que compensa desde o nascimento do bezerro até ir para o frigorífico.
– Só a heterose dá 25% a mais de peso no desmame do bezerro e o resultado do cruzamento industrial é a cereja do bolo do Bonsmara – exalta Pacheco.
E para provar que a qualidade da carne vai do começo ao final da cadeia produtiva, o Giro do Boi foi ao açougue premium Feed, na cidade de São Paulo, e conversou com o pecuarista e dono do empreendimento, Pedro Merola.
– Agora eu não estou mais vendendo boi gordo para o frigorífico. Eu coloco os melhores cortes na mão da pessoa que vai comer. E ver a satisfação desse cliente não tem preço – completa Merola.