Falta de crédito rural com taxas controladas motiva busca por opções

Em evento promovido pela Syngenta em Campinas (SP), Boueri lembrou que depósitos à vista – 30% têm de ser direcionado para o crédito agrícola – estão minguando. “A principal forma de financiamento do agronegócio está sumindo”, disse. 

Uma das alternativas é lançar o fundo de aval fraterno por meio de MP. Com essa ferramenta, um grupo de produtores faz um fundo e se avalizam. Em seguida, o grupo é avalizado pelos bancos e indústrias credoras e pelo Tesouro Nacional.

Outra alternativa que pode ser usada para financiar negócios é possibilitar a emissão da tradicional Cédula de Produto Rural (CPR) em dólar e possibilitar que ela seja lastreada em moeda americana, bem como a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). “Essa MP está na mira para ser lançada junto com o Plano Safra”, disse. 

Usar a linha de Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) Giro Rural como forma de financiar dívidas também esta sendo considerada. “Vamos reativar o FAT Giro Rural. Não precisamos de medida provisória para isso. Nenhuma dessas coisas é uma bala de prata, mas vão facilitar muito a renegociação de dívidas”, afirmou. 

Boueri reafirmou que o governo está trabalhando para que os recursos para o programa de subsídios do seguro rural atinjam R$ 1 bilhão no próximo orçamento do Plano Safra 2019/20. 

“A ministra Tereza [Cristina] e o ministro [Paulo] Guedes têm defendido que temos de sair do subsídio do crédito para o subsídio do seguro”, afirmou. Segundo ele, é uma forma de distribuir esses subsídios de forma mais abrangente. 

“Precisaremos aumentar as taxas de juros [do Plano Safra], mas não será um aumento significativo. Nós da economia temos uma mão mais pesada que a Tereza Cristina, mas ela deixaria pesarmos demais a mão”.

Fonte: Valor Econômico.

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