Confinamento é alternativa para engorda de bovinos no período da seca no Norte de Minas

A implantação de grandes estruturas de confinamento para engorda de bovinos está mudando a realidade da pecuária do Norte de Minas. Nos últimos anos, cinco empreendimentos desta modalidade foram instalados na região. Estes locais são uma alternativa para aqueles pecuaristas que não têm condições de engordar os animais na própria propriedade por falta de pasto, principalmente no período da seca.

O pecuarista da região fica muito vulnerável em relação ao mercado e às condições climáticas. Com isso, ele corre o risco de não conseguir engordar o boi na propriedade e ter que vender o animal abaixo do peso ideal por um preço muito baixo. Com a existência destas estruturas de confinamento, o produtor passa ter a garantia de engordar o animal para o abate”, explica o coordenador estadual de Bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires.

As estruturas de confinamento do Norte de Minas estão instaladas nos municípios de Pirapora, Buritizeiro, Itacarambi, São João do Ponte e Janaúba. Em média, cada uma delas tem a capacidade para manter cerca de 10 mil animais em regime de engorda ao mesmo tempo. Os confinamentos, geralmente, oferecem três opções ao produtor. A primeira é a venda do animal – com dois anos de idade e cerca de 14 arrobas – para ser engordado pelo confinador, que depois negocia o boi gordo diretamente com o frigorífico.

Outra modalidade é o sistema de “boitel”, uma referência a “hotel do boi”. Uma prática adotada em vários países para a engorda de bovinos em confinamento na forma de prestação de serviço. O produtor paga uma diária para cada animal confinado. Ao final do período de engorda, o pecuarista proprietário dos animais se encarrega de comercializar o boi gordo para o frigorífico de sua escolha.

Existe ainda a opção de parceria entre o dono dos animais e o confinador, que recebe bois magros para engorda. Na hora da venda para o frigorífico, a negociação pode ser feita entre as três partes. Neste sistema de parceria, o produtor lucra com a valorização da arroba do boi após a engorda.

O confinamento

Geralmente os animais ficam cerca de 100 dias confinados e ganham cinco arrobas neste período. Com o peso de 19 arrobas eles já estão prontos para o abate. Os confinamentos do Norte de Minas têm condições de fazer o trabalho de engorda durante todo o ano. Os animais recebem ração balanceada, volumoso e ração concentrada, misturas de minerais, e vitaminas. Eles também passam por um controle para garantir a sanidade.

O produtor não precisa mais vender os animais para outras partes de Minas Gerais e até para outros estados. Ele pode fazer a terminação dos animais na própria região. Isso ajuda também a recuperar a pecuária de corte no Norte de Minas, desde a atividade de produção de bezerros de corte até o abate, gerando empregos e atraindo novos investimentos”, comenta José Alberto.

Frigorífico em Janaúba

Outro incentivo para os produtores investirem na engorda de animais na região foi a reabertura do frigorífico de Janaúba, pelo grupo Minerva, em setembro do ano passado. O Minerva possui unidades espalhadas pelo país e também no exterior. O grupo exporta para mais de 100 países. A unidade de Janaúba tem capacidade de abate de até 900 animais/dia e potencial para gerar mil empregos diretos.

Sem um frigorífico de grande porte na região, os animais tinham que viajar cerca de 600 quilômetros para serem abatidos em outra localidade. Agora os produtores já contam com um local para abate na região, que vai abastecer os mercados interno e externo. Mas, para isso, é preciso ter matéria-prima, ou seja, o boi gordo produzido no Norte de Minas”, explica o coordenador.

A região do Norte de Minas conta com um rebanho bovino de aproximadamente 5 milhões de cabeças.

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