Sistema que integra lavoura e pecuária traz benefícios aos produtores

Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma tecnologia que vem sendo disseminada em todo o Paraná pelos servidores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR).A principal vantagem dessa prática, de acordo com os técnicos do IDR-Paraná, é dar ao agricultor uma maior produção, com a diversificação de explorações numa mesma área. O programa oferece sustentabilidade econômica, social e ambiental para a atividade agropecuária.

O zootecnista Fernando Alves, do IDR-Paraná de Moreira Sales, explicou:

Geralmente, a forrageira é implantada de forma solteira, mas em algumas áreas também é consorciada com o milho safrinha. “O capim serve de alimentação para os animais no inverno, fazendo com que as áreas de pastagem perene permaneçam em descanso até o preparo para o plantio da soja”, afirmou Alves.

A principal vantagem dessa prática, de acordo com os técnicos, é dar ao agricultor uma maior produção, com a diversificação de explorações numa mesma área. O ILP oferece sustentabilidade econômica, social e ambiental para a atividade agropecuária.

Planejamento

Um dos segredos para o sucesso da Integração Lavoura-Pecuária é o planejamento forrageiro da propriedade. O zootecnista explicou que o produtor precisa considerar não apenas a parte pecuária, mas também as áreas de lavouras na hora de fazer esse planejamento.

“Por utilizarmos o sistema ILP, após o plantio da soja já definimos as áreas que trabalharemos milho no cultivo solteiro, milho com a braquiária ou apenas a braquiária na segunda safra. Leva-se em conta também o tamanho do rebanho, o preço do milho e as áreas com invasoras a serem controladas”, observou Fernando Alves.

Como são implantados talhões, em consórcio ou não, o produtor consegue ter áreas onde a braquiária solteira fornece pastagem ainda no fim do outono, geralmente 50 dias após o plantio em anos com condições climáticas adequadas.

“Nessas áreas realizamos o acompanhamento da produção de massa de forragem por meio de amostras e correlacionando com a altura da pastagem. A divisão em piquetes com cerca elétrica facilita muito o manejo da pastagem e proporciona um melhor aproveitamento de área”, acrescentou Alves.

Lavouras

O zootecnista explicou ainda que os talhões que são implantados em consórcio de milho com a braquiária fazem a segunda etapa do planejamento. “Após a colheita do milho, os animais entram na área e pastejam as sobras e a braquiária que estava ali estacionadas. Dessa forma, os animais são retirados das áreas de pastagens perenes no fim do outono e só retornam para esses locais no finalzinho do inverno, quando as áreas de integração precisam ser dessecadas para dar início ao plantio de uma nova safra de soja”, disse Alves.

A área permanece com grande volume de resíduos de cobertura provenientes das folhas, talos e raízes do capim, além das fezes e urina dos animais que pastejaram no local. Essas condições acabam por propiciar um bom desenvolvimento da soja, especialmente em épocas de estiagem, avaliou o extensionista.

Alves chama atenção ainda para a importância da ILP em anos de adversidades climáticas. Segundo ele, a safra 2020/2021 vem sendo marcada por uma grande estiagem no Estado, afetando praticamente todos os setores agropecuários.

“Vários produtores tiveram problemas com a germinação das braquiárias para o sistema de integração, afetando em grande parte a oferta de volumoso e posteriormente o sistema de plantio direto com boa cobertura de palhada. Contudo, ainda assim é vantajoso em comparação ao antigo sistema de pousio, mostrando-se uma ótima alternativa de manejo sustentável do solo e viabilidade econômica das atividades agropecuárias”, afirmou o extensionista.

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