Prevenção através da vacinação para minimizar prejuízos

Este mal é adquirido pelos bovinos através da ingestão de pastagens contaminadas e, é responsável por levar centenas de animais à morte. Após chegar ao intestino, a bactéria migra até o fígado através da circulação sanguínea. Neste órgão permanecem por vários anos como esporos (forma resistente da bactéria), até que se produzam condições de anaerobiose (sem oxigênio) necessárias para a germinação do agente. A maior incidência da doença acontece em áreas com alto índice de umidade e alagamentos, pois geralmente esses ambientes são de grande proliferação do parasita Fasciola hepatica, que enquanto larva, ataca o fígado possibilitando lesões e condições para que a bactéria se multiplique no mesmo.

A ação da enfermidade no organismo do animal é muito rápida, os sinais clínicos são perceptíveis geralmente de 24 horas a 3 dias antes da morte do animal. As principais características e sintomas são depressão; anorexia; diarreia sanguinolenta, hemoglobinúria, colapso e dores abdominais.

No Brasil, não há dados conclusivos sobre a mortalidade de bovinos causada por esse tipo de clostridiose. Alguns autores relatam que em conjunto com a raiva e as intoxicações por plantas, as clostridioses são o grupo de doenças que mais matam bovinos no Brasil. Estima-se que morram mais de 400.000 cabeças de bovinos por ano devido às clostridioses, o que pode significar prejuízo estimado maior que R$ 800 milhões por ano. Em estudo retrospectivo dos diagnósticos de clostridioses realizado pelo Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da UFPEL, foi relatado que dentre as amostras enviadas ao laboratório e que tiveram confirmação de bactérias do gênero Clostridium como causadores da enfermidade, em torno de 32,0% tiveram diagnóstico de carbúnculo sintomático, 17,0% de hemoglobinúria bacilar, 10,0% de botulismo, 10,0% de edema maligno e 31,0 % de tétano (QUEVEDO, 2010).

Como medida profilática, a vacinação, contra HB deve ser preconizada, principalmente em regiões onde a incidência de F.hepatica é alta. A primo-vacinação deve ser realizada a partir do 2º mês de vida para terneiros de vacas vacinadas com intervalo de 4 a 6 semanas para a dose de reforço. Para terneiros de vacas não vacinadas, o protocolo é diferente, pois o colostro da vaca pode não conter níveis de anticorpos adequados para a proteção dos terneiros até serem vacinados pela primeira vez, então, a primeira dose deve ocorrer a partir da 2ª semana de vida, a segunda dose 1 mês depois e a terceira dose após 6 meses. Em áreas endêmicas para HB, a revacinação deve ser semestral em todos os animais. Para fêmeas em gestação, fazer a revacinação de 2 a 6 semanas antes do parto para assegurar níveis de anticorpos adequados para a proteção dos terneiros até serem vacinados pela primeira vez. Para a prevenção da hemoglobinúria bacilar, a Merial dispõe da Vacina Sintoxan® 9TH. Vacina polivalente e inativada contra o carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, enterotoxemias, morte súbita por clostrídeos, tétano, hemoglobinúria bacilar, doença do rim polposo e hepatite necrótica infecciosa.

Deixe um comentário

Vamos conversar?