Investimentos em um modelo de pecuária sustentável têm incrementado os rendimentos de criadores do sul de Mato Grosso. No sistema intensivo, são algumas melhorias em infraestrutura na propriedade são necessárias para atingir melhores resultados, como a ampliação de bebedouros, mais cochos para o sal e uma preparação adequada do solo. Esses requisitos são aplicados no sistema intensivo.
O objetivo da pecuária sustentável é combinar a “taxa de lotação”, que consiste no número de cabeça por hectare, e a capacidade do gado engordar. Na propriedade de Fábio Neves, em Rondonópolis, a rotação de pastagens no sistema intensivo foi implantado pelo produtor em 2004. Com isso, o criador consegue manter quatro cabeças de gado por hectare, e esse valor é maior que a média da região de meia cabeça em um hectare, com ganho de peso diário de 650 gramas.
“A gente tinha pequenas propriedades com áreas pequenas, e a ideia era colocar mais animais e conseguir uma lucratividade maior em cima dessas áreas. Para conseguir isso, só intensificando a pastagem”, afirma o pecuarista.
O professor de zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), Moacyr Corsi, acompanha o trabalho e explica que neste ano o criador obteve uma margem líquida aproximada de 6,6 arrobas. Segundo Corsi, foram produzidas 22 arrobas e gasto 16 arrobas. E a meta para a próxima safra é produzir 22 arrobas líquidas.
Além de todos os investimentos no campo, os produtores precisam também mudar o pensamento em relação à produção. Neves conta que mudou o conceito de toda a equipe, das ações necessárias com o pasto para fazer a propriedade conseguir aumentar o desempenho animal, e aumentar a quantidade de gado na fazenda. Foi preciso reservar três centímetros nos bebedouros para cada animal, e nos cochos, deixar de cinco a oito centímetros por cabeça.
O solo também merece uma atenção especial. A correção com calcário e gesso, além da adubação, são primordiais para uma resposta satisfatória. De acordo com o proprietário, na fazenda é feita a recria de 3,1 mil animais, que chegam pesando em média sete arrobas. Ficam no sistema intensivo por nove meses e são levados para o confinamento com cinco arrobas a mais. Atingindo um peso médio para abate de 20 arrobas, após um ano aproximadamente.
“Fazendo uma conta rápida, nós começamos a adubar e tratar o pasto mais intensivamente. Com isso, nós gastamos cinco vezes mais do que a pecuária tradicional. Mas o retorno é na proporção de dez vezes mais que o investimento que eu fiz. Então é lucrativo”, esclarece Fábio Neves.
Danilo Boza, outro proprietário de Rondonópolis, recria 1,3 mil cabeças de gado, só que no sistema extensivo. Ele deseja aprimorar o sistema de produção, e as primeiras mudanças já adotadas foram a correção do solo das pastagens. O criador não coloca nenhum adubo há dois anos, porém acredita que tem que adubar as terras para alcançar mais produtividade.