A oferta não deve continuar como o fator determinante dos preços do boi gordo. A previsão é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que mesmo com a proximidade de 2016 diz que “o futuro da cadeia do boi se mostra incerto”.
Os técnicos do Imea lembram que desde 2014 o principal direcionador dos altos preços da arroba tem sido a baixa oferta de animais para abate. Eles acreditam que no próximo ano “a demanda pode entrar no jogo, principalmente pelo cenário macroeconômico do Brasil”.
Eles observam que no mercado doméstico as altas taxas de desemprego e inflação podem diminuir o consumo de carne bovina, “já que menor renda e baixo poder de compra mudam o padrão de consumo de carnes das famílias, o que pode pressionar os preços da cadeia como um todo”.
Entretanto, eles ressaltam que a alta do dólar oferece oportunidades para a abertura de novos mercados na exportação, “tendo em vista o menor preço da carne bovina no exterior, o que poderia contrabalancear com o mercado interno”.
Eles destacam como terceiro fator a previsão feita pelo próprio Imea que o abate pode cair 0,5% em 2016, ainda por conta da retenção de fêmeas. O Imea calcula que volume de abate pode retrair 9,3% se os preços dos animais de reposição continuarem elevados. “Dessa forma, para 2016, o sucesso ou não da cadeia vai depender do sobe e desce dessa gangorra entre a oferta e a demanda”, dizem os técnicos.