Hora de ‘plantar’ bezerros para colher lucro

Após baixas no preço do bezerro, o abate de fêmeas segue em alta neste ano. No primeiro trimestre de 2017, as vacas e novilhas representaram 45% da participação total de animais que foram ao gancho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre, a quantidade de matrizes abatidas atingiu 43%, de acordo com os valores mais recentes, referentes a setembro. Os índices de 2017 representam os maiores percentuais de fêmeas no abate total de bovinos desde 2015. Este é um momento de desafio, visto que, com a queda nos preços do bezerro, o criador precisa vender fêmeas para gerar fluxo de caixa. Pode ser, porém, um momento de grande oportunidade. Criadores que planejarem a produção e puderem investir nas matrizes, mesmo com o atual cenário de incerteza, podem obter bons resultados em 2019 e 2020.

A maior participação de fêmeas no abate total ocorre geralmente em anos de queda no preço do bezerro, cenário verificado em 2017. Considerando-se as médias reais de setembro de 2015 (R$ 1.351,50) e de 2016 (R$ 1.246,27) e a da parcial deste mês (até o dia 25), de R$ 1.168,78, o indicador do bezerro Esalq/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul, Nelore de 8 a 12 meses) é 13,52% mais baixo do que o de 2015 e 6,22% do que o de 2016. Se considerada a média do ano, de janeiro a setembro, a queda é de 23,29% no comparativo com 2015 e de 15,34%, com 2016 – os dados foram atualizados pelo IGP-DI de agosto de 2017.

Considerando-se a série histórica do IBGE, iniciada em 1997, a participação das fêmeas no abate total é sempre maior no primeiro trimestre e, na sequência, no segundo trimestre. O que ocorre é que, após o período de reprodução, nos primeiros meses do ano, pecuaristas confirmam quais fêmeas não estão prenhes e as enviam para abate, na intenção de liberar áreas de pastagem e melhorar o fluxo de caixa. Assim, a participação das matrizes no terceiro e quarto trimestres se reduz, ajudando a sustentar os preços do boi no período da entressafra.

Fonte: DBO 444

Deixe um comentário

Vamos conversar?