Frigoríficos já relatam sobras de carne bovina no atacado

Depois de perder feio a queda de braço com os pecuaristas – vide a explosão de preços do boi gordo nas últimas semanas –, a indústria frigorífica brasileira começa a olhar com maior cautela para o mercado de compras do boi gordo. É o que sinaliza a Informa Economics FNP, em boletim pecuário divulgado nesta terça-feira (26/11).

Um dos pontos de alerta dos frigoríficos, informa a consultoria, foi o recente enfraquecimento das vendas de carne bovina no atacado brasileiro. “Isso gerou uma maior cautela nos processos de compra de gado”, diz a FNP, acrescentando que a indústria registrou “sobra parcial de carne bovina no último final de semana, quando as vendas da proteína estiveram bem abaixo das expectativas do setor”.

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Na avaliação do FNP, já incomodados com os elevados preços da carne bovina, o consumidor final começa a optar por outras carnes concorrentes, sobretudo o frango.

Na prática, porém, o mercado físico do boi gordo ainda operou nesta terça-feira com acentuadas altas de preços da arroba nas principais praças brasileiras, de acordo com a consultoria. “O problema é que as indústrias ainda sofrem severos problemas relacionados ao elevado grau de ociosidade das plantas frigoríficas e ao forte encurtamento das escalas de abate”.

Paralelamente, continua a FNP, as vendas de carne bovina in natura ao exterior também registram menor intensidade neste mês (veja matéria neste portal DBO).

“Especula-se que as recentes quedas nas exportações refletem um movimento de pausa temporário nas compras chinesas da proteína bovina brasileira em detrimento da carne vendida pela Índia”, relata a FNP, acrescentado que o gigante asiático estaria disposto a retornar com mais força ao mercado brasileiro a partir do primeiro trimestre de 2020.

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