Os valores da carne voltaram a subir diante dos estoques enxutos e da demanda doméstica aquecida favorecida pelo período de festas.
De acordo com o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a oferta de animais segue restrita em dezembro, com pecuaristas retraídos nas vendas, quadro que não deve apresentar mudanças no curto prazo por conta da proximidade do Ano Novo, o que deve impor dificuldade para os frigoríficos alongarem suas escalas de maneira satisfatória, podendo levar alguns, principalmente os de menor porte, a atuarem de maneira agressiva nas compras após a virada do ano.
Em São Paulo, frigoríficos aumentaram os preços de compra, conseguindo fechar alguns lotes para a semana vindoura, com registro de negócios no interior paulista em R$ 335/340 por arroba, dependendo do padrão do animal. “A estratégia do pecuarista merece atenção nas próximas semanas, podendo optar em segurar o boi no pasto no Sudeste e Centro-Oeste do país, apostando em novas altas com China aberta para a carne bovina brasileira”, disse Maia.
No mercado paulista, os preços do boi gordo seguem em tendência de alta. No interior do estado, registro de negócios entre R$ 330/340/@ a prazo, dependendo do padrão e qualidade do animal. Em Minas Gerais os preços continuam firmes e os frigoríficos sinalizam para escala de abate desconfortáveis. No triângulo mineiro negócios em R$ 330/335/@ a prazo.
Em Goiás preços estáveis no decorrer do dia. Em Goiânia, o boi gordo segue negociado entre R$ 315/320/@ a prazo e escalas estão posicionadas para a metade da próxima semana. Em Mato Grosso do Sul preços ficaram acomodados. Na região de Campo Grande e de Dourados o boi gordo foi indicado em R$ 320/@ a prazo. Em Mato Grosso as cotações seguem firmes. Na região de Cuiabá a arroba ficou posicionada em R$ 300/305/@ à vista.
Atacado
O mercado atacadista voltou a registrar alta da carne bovina, com estoques enxutos e a demanda doméstica aquecida favorecida pelo período de festas. “Contudo, após a virada do ano, a demanda tende a evoluir de maneira mais tímida e os preços do traseiro podem encontrar alguma dificuldade para sustentação nos níveis atuais. Além disso, as famílias tendem a consumir menos nas primeiras semanas do ano, por conta do endividamento e gastos extras característicos do período. Deste modo, um alto fluxo de exportações será fundamental para as cotações neste período onde a demanda interna é retraída”, avalia Maia.
O quarto traseiro ficou posicionado em R$ 25,70 por quilo. O quarto dianteiro foi cotado em R$ 15,90 por quilo e a ponta de agulha em R$ 15,50.