Trava de preços pode ser ainda mais decisiva em 2017

Após três anos de preços em alta, a pecuária brasileira se deparou com um cenário complicado no segundo semestre de 2016, acarretado pela crise econômica do país e incertezas na política. A queda no consumo e os recentes recuos no mercado fazem com que boa parte das previsões para 2017 não sejam muito animadoras. Entre analistas de mercado e pecuaristas apenas uma certeza: será um ano difícil.

O movimento de retenção de matrizes iniciado há dois ou três anos deve representar um aumento na oferta de animais terminados nos próximos meses, o que geralmente causa uma queda no preço da arroba.

Mesmo em um cenário de baixa, o mercado futuro pode ser fundamental para que o pecuarista consiga uma margem positiva na venda de seus animais. “O mais importante desse mercado não é o preço, e sim a margem. O pecuarista não pode apenas esperar que a arroba suba  e deixe de fechar negócios que lhe tragam lucro sobre os seus custos de produção”, explica Isabella Camargo, analista de mercado da Scot Consultoria.

Como exemplo, ela destaca o cenário vivido em 2016, quando a arroba chegou a ser cotada a R$ 167 na BM&F Bovespa em meados de maio. No entanto, grande parte dos pecuaristas não fecharam negócios, acreditando que a cotação subiria ainda mais. A previsão não se concretizou e o preço da arroba na bolsa ficou na média de R$ 150 em grande parte do segundo semestre, cotação similar à do mercado físico em São Paulo. “Quem esperou demais acabou perdendo excelentes oportunidades”, avalia Isabella.

Em sua publicação semanal, a Scot Consultoria calculou o valor que os pecuaristas que não fecharam negócios na bolsa deixaram de ganhar, tendo como base os R$ 17/@ de diferença entre as duas cotações citadas acima. “Em um bovino de 20@ (300 kg) seriam R$ 340 a mais por cabeça. Já em um lote de mil animais, teríamos R$ 340.000 adicionais”, destacou o boletim, assinado por Hyberville Neto.

Fonte: Portal DBO

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