No acumulado de 2015, Mato Grosso exportou 298,09 mil toneladas, 6,25% a menos que em 2014.
De acordo com o Diário de Cuiabá, como apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o ano passado foi marcado pela grande depreciação do real frente ao dólar, a moeda norte-americana valorizou 41,52%. “Isoladamente, tal fato favorece maiores embarques de carne bovina mato-grossense para o exterior, já que a proteína do Estado aumenta sua competitividade frente a grandes exportadores como Estados Unidos, no entanto, não foi isso que ocorreu. Essa redução no volume exportado ocorreu devido a dois fatores, a demanda mundial por carne bovina caiu em 2015 e também pelo fato de que grandes importadores da proteína bovina mato-grossense, como Rússia e Venezuela, reduziram drasticamente suas importações, devido à depreciação do preço de sua principal commodity, o petróleo, o que tornou o produto carne, caro”.
Para 2016, os analistas de pecuária do Imea, pontuam até o momento que o panorama do petróleo permanece sem alterações, ele abriu o ano contabilizando queda no seu valor internacional e que diante disso, a saída para reverter o consolidado do setor no ano passado, no Estado, é a diversificação de mercados.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec) acredita que as exportações poderão retomar os mesmos níveis de 2014. As razões para o otimismo do setor são o fim dos embargos à carne brasileira – que ainda perduravam no ano passado – e a retomada de mercados como a China e a Arábia Saudita, além da possibilidade de acesso a novos mercados, como os Estados Unidos.
“A China deverá dar um grande impulso às exportações da carne brasileira este ano. Com mais frigoríficos habilitados a exportar, o gigante asiático deverá figurar nas primeiras posições no ranking de maiores destinos do produto. Mesmo com uma possível desaceleração da economia chinesa, os recursos de investimentos e infraestrutura seriam desviados para o consumo, ajudando assim a desenvolver o mercado. A expectativa é que em 2016 as exportações atinjam US$ 7,5 bilhões, confirmando o Brasil como líder no mercado mundial de proteína”, afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC.
BRASIL – As exportações brasileiras de carne bovina fecharam o ano de 2015 com faturamento de US$ 5,9 bilhões. De janeiro a dezembro, foram embarcados mais de 1,39 milhão de toneladas. O resultado é inferior ao mesmo período de 2014, quando a exportação chegou ao recorde histórico de US$ 7,2 bilhões e 1,56 milhão de toneladas. A queda resulta de problemas conjunturais que afetaram negativamente alguns grandes mercados do Brasil, como Rússia, Hong Kong e Venezuela.